Em uma carta apostólica intitulada Desenhar novos mapas de esperança, o papa Leão XIV convocou as instituições católicas de ensino a enfrentarem os desafios do mundo moderno sem medo da tecnologia e com um olhar atento aos mais pobres.
No documento, publicado por ocasião dos 60 anos da declaração conciliar Gravissimum Educationis, o pontífice alerta que “onde o acesso à educação é privilégio, a Igreja deve abrir portas e inventar caminhos”, defendendo políticas inclusivas, bolsas de estudo e apoio às famílias em situação de vulnerabilidade.
Leão XIV também adverte contra a “hiperdigitalização” e as desigualdades sociais que ameaçam o desejo de aprender. Para ele, a educação católica não deve ser um refúgio nostálgico, mas “um laboratório de discernimento, inovação pedagógica e testemunho profético”.
O papa exorta educadores a “desarmar as palavras e proteger o coração”, lembrando que a educação avança não pela controvérsia, mas pela mansidão e escuta. Ele reforça ainda que a pedagogia cristã se opõe a uma lógica puramente comercial e deve priorizar a formação integral da pessoa.
Sobre a tecnologia, Leão XIV recomenda evitar a “tecnofobia” e investir na formação digital dos professores, afirmando que “nenhum algoritmo substitui o que torna humana a educação: o amor, a arte, a imaginação e a alegria da descoberta”.
O papa também amplia o Pacto Educativo Global, iniciado em 2020, acrescentando três novos eixos: vida interior, vida humana digital e educação para a paz. Ele destaca que é preciso “formar para o uso sábio da tecnologia, colocando a pessoa antes do algoritmo”.
Por fim, Leão XIV reafirma que a educação católica deve unir justiça social e ambiental, promovendo estilos de vida sustentáveis e o cultivo da paz. “Diante das emergências educacionais e das crianças sem acesso à escola, não basta preservar: é preciso relançar”, conclui.
Ana Néri – Rádio Alvorada
Com informações do Vatican News