O Jubileu de 2025, inspirado pelo Papa Francisco e atualmente conduzido pelo Papa Leão XIV, será um tempo especial de renovação espiritual e reconciliação para a Igreja e o mundo. Diante de um cenário global marcado por desafios, incertezas e conflitos, o Papa Leão XIV convida todos a redescobrirem a força da esperança cristã – uma esperança que não se baseia em ilusões, mas na confiança de que Deus continua presente e atuante na história da humanidade.
O jubileu tem suas raízes na tradição bíblica no Antigo Testamento – o livro do Levítico (25,8-13), descrevendo como um tempo de libertação, perdão de dívidas e descanso para a terra, sendo esse ano especial. Celebrado a cada cinquenta anos, simboliza a restauração da justiça e da igualdade, recordando que a criação pertence a Deus e que o povo devia viver em fraternidade, adotando essa prática, a Igreja Católica instituiu o primeiro Ano Santo em 1300, com o Papa Bonifácio VIII, e desde então, o jubileu tornou-se uma ocasião marcante na vida da Igreja, convidando os fiéis à conversão, ao perdão e à vivência concreta da misericórdia.
O Papa Francisco, em seu pontificado, proclamou o Jubileu de 2025 como o “Jubileu da Esperança”, oferecendo uma resposta à realidade de um mundo em crise. A pandemia, as crises sociais e as guerras deixaram marcas profundas, e o jubileu surgiu como um sinal de que é possível recomeçar, e Francisco via a esperança cristã não como fuga, mas como confiança ativa na promessa de que Deus caminha com seu povo. Uma das tradições mais simbólicas do Ano Santo é a abertura da Porta Santa nas quatro basílicas papais de Roma: São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. Atravessar essa porta representa, de forma espiritual, deixar para trás o pecado e abraçar uma vida renovada em Cristo, em que espera-se, seguindo a tradição consolidada por seus predecessores, o Papa Leão XIV reforce esse gesto simbólico e possibilite que catedrais e santuários ao redor do mundo também abram suas portas jubilares, levando a graça do jubileu a cada diocese.
Outro elemento essencial do Jubileu será a possibilidade de obter a indulgência plenária, que expressa o perdão das penas temporais dos pecados já confessados, e para recebê-la, será necessário participar da peregrinação, confessar-se, comungar e rezar nas intenções do Papa, além de praticar obras de misericórdia. Embora ainda em início de seu pontificado, o Papa Leão XIV já demonstra sinais de que deseja conduzir a Igreja a viver este jubileu com profundidade, valorizando a conversão interior e promovendo uma espiritualidade que leve os fiéis a estenderem a mão aos mais pobres e esquecidos. A indulgência, nesse contexto, manifesta o “tesouro espiritual da Igreja” aplicado em favor da reconciliação dos fiéis com Deus e com os irmãos.
A dimensão missionária do Jubileu segue forte sob o pontificado de Leão XIV, que exorta a Igreja a redobrar seus esforços evangelizadores, levando a luz do Evangelho às periferias sociais e existenciais, pois esta esperança,
herança do olhar pastoral de Francisco, deve ser visível em gestos concretos de solidariedade, acolhimento e reconciliação. O Jubileu não é apenas um evento litúrgico, mas um movimento global de compaixão.
Este Ano Santo também estará em sintonia com o caminho sinodal que a Igreja tem percorrido. O Papa Leão XIV assume o espírito sinodal iniciado por seu antecessor, promovendo escuta, comunhão e participação ativa dos fiéis, tendo a esperança, como tema central, ressoa com o desejo de uma Igreja mais próxima, humilde e comprometida com o Evangelho. Agora sob a guia de Leão XIV, o Jubileu de 2025 se realiza como tempo de profunda graça e renovação. Em meio às sombras do mundo, ressoa o apelo de confiança cristã que marcou o pontificado de Francisco, palavras que seguem ecoando no coração da Igreja. Milhões de fiéis atravessarão as Portas Santas com a certeza de que a misericórdia de Deus é inesgotável e de que o amor sempre terá a última palavra.
Portanto, o Jubileu de 2025 não é apenas um marco no calendário eclesial, mas um convite renovado de Papa Leão XIV à humanidade para se abrir à graça, ao perdão e à construção de um futuro fundamentado na esperança viva do Evangelho, ressoando as palavras do Papa Francisco: “Não deixemos que nos roubem a esperança!”
Paz e Bem
Juarez Arnaldo Fernandes (JF)
Pós-Graduando em Cristologia pelo Centro Universitário Claretiano