O novo Templo: Jesus 

O novo Templo: Jesus 

(Reflexão Liturgia 08 e 09/11)

(João 2, 13-22)

A narrativa nos leva ao fato de Jesus indo pela primeira vez a Jerusalém para celebrar a Páscoa, e ao adentrar no templo, se encontra com vendedores de bois, ovelhas, pombas, que eram oferecidos para serem sacrificados em honra e louvor a Deus.

Jesus fica indignado, pois vê o templo de Deus como uma religião de negócios, em que se buscava lucros e não a Casa de Oração e de encontro de irmãos.

O ato de Jesus é um gesto de uma força profética, pois ataca e enfrenta o centro político – social – religioso do povo Judeu, onde para eles habitava o Deus de Israel.

Jesus leva a reflexão: uma casa de oração ou local de arrecadação de dízimo? Sinal da presença de Deus ou símbolo do poder romano?

Hoje não se faz diferente, pois em muitos templos inclusive católicos, vimos o comércio e a arrecadação em troca da fé. Tentam negociar com Deus, pagam-se missas, cumprem-se atos litúrgicos, venda de medalhinhas – velas decoradas – água e óleo disto e daquilo – toalhinhas , etc, etc, e todo tido de artefatos que levam a uma religiosidade que distorce o compromisso com o Reino.

Tais atitudes levam a esquecer que Deus é amor e misericórdia, e o amor e a misericórdia não se compram, mas se vivem.
Para concretizar o ato de enfrentamento com o sistema, Jesus anuncia diante do povo em Jerusalém: destruam este templo de pedra, e Eu o reconstruirei em três dias.

Estas palavras levaram ao escândalo, gozações e até mesmo uma fúria dos sacerdotes, que viram como uma afronta a religiosidade vivida e do qual eles eram os guardiões desta fé.

Este fato levou aos guardiões da fé, a uma caçada ao Messias levando-o a morte, mas o Pai na ação do Espírito Santo O ressuscitou.

Jesus é o novo templo, onde está estabelecido o Reino de Deus, e não há nele sacrifícios, incensos e liturgias de ritos de religiosidade, mas sim há os verdadeiros adoradores em espírito e verdade, onde há entrada para todos sem exclusão, vivendo em um só coração e uma só alma um Reino do amor, da justiça, da paz, da misericórdia, do perdão e do pão repartido, afinal: “viver é Cristo … morrer é lucro”.

Que assim seja …

Paz e Bem
Juarez Arnaldo Fernandes (JF) –
Especialista em Cristologia pelo Centro Universitário Claretiano