Não há grito que Deus não ouça, diz Leão XIV

Não há grito que Deus não ouça, diz Leão XIV

“Não há grito que Deus não ouça, mesmo quando não percebemos que nos dirigimos a Ele”, disse o papa Leão XIV hoje (11), na audiência geral. O papa falava sobre a esperança cristã, uma das três virtudes teologais, junto com a fé e a caridade.

Leão XIV analisou a passagem do Evangelho de são Marcos sobre a cura de Bartimeu cego e mendigo que encontrou Jesus na saída de Jericó.

Segundo o papa, essa história ajuda a entender que “nunca devemos abandonar a esperança, mesmo quando nos sentimos perdidos”.

O papa falou sobre as curas feitas por Jesus e convidou os fiéis a apresentarem diante do Coração de Cristo suas “partes mais dolorosas ou frágeis” ou os lugares de suas vidas onde “se sentem parados e bloqueados”.

“Peçamos ao Senhor com confiança que ouça o nosso grito e nos cure”, disse Leão XIV.

O papa se concentrou na atitude de Jesus, que “não vai imediatamente ao seu encontro”, nem mesmo perguntando o que ele quer que ele faça.

“Mas, na realidade, não é óbvio que queiramos ser curados das nossas doenças, às vezes preferimos ficar parados para não assumir responsabilidades”, disse Leão XIV.

“Parece estranho que, diante de um cego, Jesus não vá imediatamente ter com ele; contudo, se pensarmos bem, é o modo de reativar a vida de Bartimeu: impele-o a levantar-se, confia na sua possibilidade de caminhar”, disse também o papa.

Leão XIV disse que Bartimeu “não só quer voltar a ver, mas também quer recuperar a sua dignidade”.

“Para elevar o olhar, é preciso levantar a cabeça. Às vezes, as pessoas estão bloqueadas porque a vida as humilhou e só desejam reencontrar o seu valor”, disse o papa.

Por isso, ele pediu a todos que fizessem todo o possível para alcançar o que desejam, “até quando os outros te censuram, te humilham e te dizem para desistir. Se o desejas realmente, continua a gritar!”.

“Se o desejas realmente, continua a gritar”, disse Leão XIV.

O papa enfatizou que “o que salva Bartimeu, e cada um de nós, é a fé”.

“Jesus cura-nos para podermos ser livres”, disse Leão XIV.

Papa Leão XIV abençoa menina hoje (11) no Vaticano. Daniel Ibáñez/EWTN
Papa Leão XIV abençoa menina hoje (11) no Vaticano. Daniel Ibáñez/EWTN

Expor-nos a Jesus com todas as nossas vulnerabilidades

Leão XIV também falou sobre o gesto que Bartimeu teve que fazer ao jogar fora sua capa para poder se levantar.

“Para um mendigo, o manto é tudo: é a segurança, é a casa, é a defesa que o protege. Até a lei tutelava o manto do mendigo e impunha que fosse devolvido à noite, se tivesse sido penhorado (cfEx 22, 25)”, disse o papa.

Assim, ele comparou metaforicamente o manto do mendigo com as “nossas aparentes seguranças”.

Fonte: ACI Digital

Fotos: Daniel Ibáñez/EWTN